Vale Europeu – SC – Brasil

Viagem ao Vale Europeu – SC

Já fazia algum tempo que eu planejava conhecer o famoso Vale Europeu em Santa Catarina, uma região com lindas paisagens composta por um grupo de 12 cidades, entre elas a mais famosa que é Pomerode e na sequência, Indaial, Timbó, Doutor Pedrinho, Rio dos Cedros, Rodeio, Guabiruba, Botuverá e Luiz Alves. Eu ainda colocaria mais algumas como Blumenau, Brusque, Joinville, etc. Esta região também é famosa por possuir a primeira rota de cicloturismo do Brasil atraindo ciclistas de vários pontos do Brasil que vem até ali para fazer um circuito de cerca de 300km de bicicleta e conhecer bem de perto as belezas da região.

Primeiro Dia 28/10/2020 – Está tudo muito corrido lá no escritório, no dia 5 e 6 de Novembro teremos auditoria da ISO 9001 e estamos um pouco ansiosos por causa disso. Eu e minha esposa trabalhamos até o meio-dia e de tarde nós partimos, mas não sem antes eu ainda ter que fazer uma reunião com o departamento de compras de um cliente. No fim só conseguimos sair acho que lá pelas 15:00. O objetivo hoje é ir até Imbituba-SC distante 380km da minha casa em São Leopoldo. Viagem foi bem tranquila e prazerosa, BR101 com poucos veículos e fizemos duas paradas no caminho, chegamos em Imbituba às 19:00 onde nos hospedamos no Silvestre Praia Hotel.

Me surpreendi com a cidade de Imbituba pois fazia muitos anos que não entrava ali e passeava pela orla, à noite caminhamos pela orla e já ficamos por ali para jantar. Uma noite agradabilíssima.

 

Segundo Dia 29/10/2020 Quinta-Feira– Levantei de manhã bem cedo 6:30 eu já estava saindo do hotel para dar uma caminhada na beira da praia de Imbituba, caminhei por uma hora e quando voltei a Iara já estava quase pronta para irmos primeiro tomar nosso chimarrão. Ficamos um tempo num banco na frente do hotel tomando nosso chimarrão e curtindo aquele clima gostoso de praia.

Depois do café mais uma caminhada por ali e às 9:00 check-out e partida em direção à Florianópolis.

Fui na concessionária Kawasaki fazer uma visita e buscar o documento da moto (DUT) que ainda estava lá aguardando para eu buscar, afinal já fazia quase 4 meses que eu tinha comprado a minha Versys 1000 lá. Nós ainda íamos visitar uma prima minha que mora ali em São José que fica próximo da Revenda Kawasaki, mas o tempo estava meio com cara de chuva e eu já sabia que teríamos um longo trecho de estrada de terra para passar depois de São Pedro de Alcântara, por isso resolvemos seguir viagem logo. A partir dali segui pela rodovia SC-281 em direção à São Pedro de Alcântara onde fizemos a primeira parada.

São Pedro de Alcântara é uma pacata cidadezinha que foi a primeira cidade fundada pelos imigrantes alemães quando chegaram em Santa Catarina em 1824. A cidade é muito tranquila e muito bonita, nem parece que estamos a apenas 26km de São José ou 41km do centro de Florianópolis. Depois de caminhar um pouco por ali, visitamos a linda igreja que está na parte mais alta da cidade e em seguida fui abastecer a moto no único posto de gasolina da cidade.

Ainda não era bem meio-dia, mas já aproveitamos para almoçar num restaurante bem simples no centrinho para depois seguir viagem adentrando o interior de Santa Catarina. Logo depois de alguns Kilômetros já começou a estrada de terra e junto as lindas paisagens do interior de Santa Catarina. Sem pressa e curtindo aqueles cenários de cinema, chegamos a Nova Trento, uma cidadezinha de colonização italiana cuja atração principal é o Santuário de Madre Paulina. Uma catedral imponente e com traços modernistas e o Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro que fica localizado no alto de um morro com uma vista privilegiada de toda a região sem contar o caminho que leva até lá que é magnífico.

Existem muito mais coisas para se fazer em Nova Trento como por exemplo a vinícola Girola, a cervejaria Al Fero além de restaurantes com culinária italiana. Daria tranquilamente para ficar um dia por ali e até pernoitar uma noite, mas nós tínhamos que seguir nosso roteiro até Brusque.

Chegamos em Brusque pouco antes das 17:00. Uns 10km antes do hotel parei numa lavagem para tocar um jato d´água na roda traseira e corrente da moto que estava tapada de poeira das estradas de terra que passamos.

Terceiro Dia 30/10/2020 Sexta-Feira– O objetivo hoje é conhecer o parque das grutas de Botuverá, saímos mais ou menos umas 9:00 e seguimos o caminho indicado pelo GPS. A estrada e as paisagens são muito lindas, passamos uns pequenos vilarejos tranquilos com suas casas e jardins muito bem cuidados, a sensação que temos é que não estamos no Brasil. Ao chegar na entrada do parque Botuverá ficamos muito surpresos com a beleza da natureza da região, um lugar simplesmente encantador, dá vontade de não sair mais dali. Eu e a Iara ficamos umas 3 horas ali caminhando nas trilhas, tomando nosso chimarrão e tirando fotos. Compramos os tickets para fazer o Tour guiado à caverna, mas quando chegou na hora de entrar na tal caverna minha esposa “amarelou”, eheheh. É que ela tem claustrofobia de espaços fechados e como a entrada da caverna é um buraco bem estreito e a gente tem que se abaixar para entrar ela ficou apavorada com aquilo e simplesmente se recusou a entrar. Daí fui só eu e mais outro casal que estavam ali, valeu a pena, adentramos cerca de 300 metros para dentro da caverna, ela possui vários ambientes com diferentes formações de estalactites que são verdadeiras obras de arte da natureza, uma pena que não é permitido fotografar.

Saímos dali já era passado de meio dia e pilotamos até Timbó. Perto de Timbó ainda em Indaial nos deparamos com uma rodovia bastante congestionada com muitos caminhões, pista simples e para complicar um “quebra molas” a cada kilômetro. Com a moto agente leva vantagens em algumas situações, mesmo às vezes fazendo algumas pequenas contravenções que os motoristas dos carros acabam entendendo e perdoando. É por isso que gosto da moto, na minha opinião se todo mundo que anda sozinho usasse a moto ou bicicleta para se locomover o trânsito seria melhor. Chegamos no Timbó Park Hotel às 15:00 bastante cansados. O hotel é excelente, atendimento muito bom e o ambiente é muito acolhedor, descansamos um pouco e logo saímos para procurar um café, afinal ainda não tínhamos almoçado. A cidade em si não tem muitas atrações e a gastronomia também é bem limitada, mas achamos um café muito legal, bem ao estilo germânico que eu gosto com um ambiente muito bacana além de uma boa variedade de doces e salgados que dá pra saciar a fome.

Quarto Dia 31/10/2020 Sábado – Descemos para o jardim do Hotel umas 8:00 da manhã para tomar um mate e curtir aquele ambiente muito agradável e tranquilo do hotel, depois tomamos o café da manhã e iniciamos nosso roteiro do dia. De moto subimos até o Parque natural Municipal Freymund Germer mais conhecido por Morro Azul. Não há adjetivos para expressar a beleza daquele lugar, os últimos 600 metros tivemos que fazer a pé pois não estava permitido subir de moto nem de carro até o topo do morro. Uma subida muito íngreme e cansativa, mas a paisagem compensa é muito bonito aquilo tudo. Ao chegar no topo a vista é deslumbrante, vale ficar por ali algumas horas apreciando a paisagem e o horizonte até onde a vista alcança.

Depois nos dirigimos até Pomerode onde almoçamos uma comida típica da região, um Pato Assado acompanhado de um chopp artesanal.

No retorno, uma passada na rota do enxaimel, que na minha opinião é uma enganação pois tem só umas 4 ou 5 casas no estilo enxaimel o resto é tudo arquitetura comum sem nada de extraordinário. Também passamos por Rio dos Cedros que também não tem nada de extraordinário e esticamos até Indaial onde tomamos nosso café da tarde numa padaria e posteriormente retornamos para Timbó quando já era de tardezinha.

Quinto Dia 01/11/2020 Domingo – Acho que hoje foi o dia mais legal de toda a viagem, saímos do hotel e passamos por Rio dos Cedros, Cedro Alto até a Barragem do Pinhal.

Quando começamos a subir a serra a paisagem vai ficando cada vez mais linda, parece que estamos na Suíça, com uma diferença aqui a mata nativa é muito mais exuberante com uma incrível variedade de espécies vegetais. Ao chegar na Barragem do Pinhal estava muito frio e até ameaçou uma chuva fina mas que felizmente se discipou. Ficamos meio perdidos ali, sem sinal de celular o GPS do celular não conseguia mais mapear o caminho e tivemos que usar o método mais antigo, pedir informações.

No caminho para a barragem uma pousada nos chamou a atenção e resolvemos dar uma chegada para conhecer, a Pousada Lindnerhof. Um lugar muito bonito, porém fomos recebidos pelo proprietário, um senhor muito mau humorado e antepático. Ele praticamente nos expulsou do local, agente apenas queria conhecer, obter mais informações para quem sabe uma outra oportunidade ficar hospedado lá. Mas ao adentrarmos no recinto ele já foi avisando que não era pra ficar ali olhando as coisas dele e que só é permitida a permanência de hóspedes. Cheguei a levar um susto, nunca tinha visto isso um dono de pousada mandar embora um possível hóspede, em plena época em que os hotéis estão sedentos por hóspedes, mas ok, vamos em frente.

Seguimos até Alto Palmeiras e ali fizemos uma pausa pois a Iara não estava se sentindo muito bem, em função do frio inesperado ela contraiu uma infecção urinária. Daí ficamos descansando um pouco num restaurante que tinha ali e fizemos uma pequena caminhada. O lugar é muito bacana, um pequeno vilarejo na beira do lago da represa. O local possui um camping para estacionar motorhomes e também para acampar com toda a estrutura necessária.

Depois do almoço seguimos o passeio contornando o lago até a Cachoeira Formosa que fica numa parte do Rio que desagua na barragem. Um lugar muito legal, também com estrutura de camping e muito agradável.

Na volta passamos por um lugar chamado Vale dos Ventos, outro lugar extraordinário, porém a visita até o ponto que tem a vista mais bonita estava fechado à visitação.

Já quase à tardinha começamos o deslocamento de volta para o hotel, bem tranquilo e sem pressa curtindo aquela beleza ímpar.

À noite agente acabava sempre jantando no hotel, como havia um grupo grande de turistas o hotel tinha um cardápio especial para cada noite por um valor bem aceitável sem contar que o atendimento da equipe é excepcional e o ambiente muito aconchegante.

 

Sexto Dia 02/11/2020 Segunda-feira – A idéia hoje é rumar em direção à Urubici-SC que já é o caminho de retorno também, mas antes ainda passar por mais algumas cidadezinhas do Vale Europeu.

Passamos por Rodeio e fomos até o Caminho dos Anjos, depois descemos até Ascurra onde visitamos o colégio São Paulo, a vinícula Castelli Mondini e depois seguimos até Apiúna onde tivemos a experiência de passar por uma ponte pênsil, sim literalmente um aponte pênsil para carros e motos daquela que fica balançando quando agente passa.

Seguimos a rodovia sentido sul, Urubici. Eu nunca tinha andado por essa estrada, fiquei muito impressionado com a qualidade da estrada e as belezas da paisagem. Na chegada próximo à Urubici a temperatura começou a cair muito, e ficamos encarangados de frio na moto, o painel da moto indicava 12º C mas a sensação térmica era de 5 graus.

Ao chegar na pousada em Urubici, pra surpresa nossa eles não tinha efetivado nossa reserva o que acabou gerando um incômodo pois a pousada estava vazia e eles não estavam preparados para receber um casal de hóspedes naquele momento. Mas no fim deu tudo certo.

Sétimo Dia 03/11/2020 Terça-feira – Saímos cedinho de Urubici e percorremos o caminho da Serra do Corvo Branco, já que a Serra do Rio do Rastro ainda está em obras e está fechada para trânsito de veículos no horário comercial. O dia está bonito e a temperatura muito agradável com pouco trânsito nas estradas conseguimos chegar bem tranquilo em casa pouco depois do meio dia.  Ainda deu pra ir pro escritório e trabalhar no turno da tarde.

Em resumo foram 6 dias bem aproveitados em 1700km rodados de moto. Um passeio que vai ficar na memória e posso dizer que conheci mais um pedaço do nosso Brasil que eu ainda não conhecia e que agora fica registrado nas memórias deste post no blog.

Repito a frase que escrevo em todos os meus posts “Viajar é uma das experiências mais legais que um ser humano pode ter”

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