Espanha e Sul da França – Parte 1 – Montanhas dos Pirineus

Barcelona e Pirineus

Já fazia mais de um ano que estávamos planejando mais uma viagem para a Europa desta vez para conhecer principalmente a cadeia de montanhas dos Pirineus.

Lancei a primeira idéia no dia 23 de Janeiro de 2023, com um roteiro inicial básico para o meu grupo de amigos parceiros de longa data e parceiros em outras viagens.

Logo a idéia foi ganhando corpo e já apareceram os primeiros interessados em participar da trip. O roteiro foi ganhando corpo com o meu colega Omar contribuindo com sugestões e assim fomos construindo um roteiro que também foi baseado em pesquisas na internet e leitura de outros blogs de viajantes.

Até a fiz uma reunião online com o Ricardo Lugris, autor dos livros a Moto e o Continente e Montar e Partir e junto com ele revisei todo o roteiro e ele foi me dando várias dicas valiosas.

Realmente aquela região dos Pirineus é muito fascinante, é um lugar que por certo teríamos que tirar no mínimo um mês para explorar com calma, porém nosso tempo é curto, os meus colegas não poderiam ficar mais que 12 dias e assim ajustamos o roteiro para esse tempo e os caminhos e pontos de parada foram escolhidos a dedo.

Após dois adiamentos, finalmente em 02 de Setembro de 2024 embarcamos para Barcelona, chegando lá dia 03 de Setembro às 9:30 da manhã hora local.

Eu e a minha esposa Iara nos dirigimos a um apartamento que havíamos reservado próximo ao estádio do Barsa. Durante a tarde já aproveitamos para fazer um reconhecimento na região e fazer algumas compras no supermercado já que iríamos ficar em Barcelona nos 5 primeiros dias.

Nesses quase 5 dias tivemos oportunidade de conhecer esta magnífica cidade que na minha opinião é uma das mais belas cidades da Europa.

Num dos dias, no domingo dia 08 de setembro fomos de trem até o Monastério Monserrat que fica a 60 km de Barcelona. Foi um passeio incrível a visita a este monastério que teve o início da sua construção no ano de 880 DC.

Também aproveitamos a estadia em Barcelona para fazer algumas compras num dos shopping center da cidade, a minha esposa Iara fez algumas comprinhas pra ela eu comprei uma câmera fotográfica com lente superzoom que eu já estava de olho há bastante tempo, a NIKON P1000. Eu optei por ela pois reúne as características que eu procuro que é poder capturar objetos distantes como pássaros e animais silvestres e às vezes algum detalhe arquitetônico que gosto de aproximar no zoom e fotografar mais de perto. Não é exatamente uma câmera profissional como por exemplo uma Canon Full Frame com lentes intercambiáveis o que seria o ideal, mas daí carregar uma câmera pesada com várias lentes diferentes numa viagem de moto é muito complicado e ocupa muito espaço, por isso optei pela NIKON devido à sua versatilidade.

Também aproveitamos para ir numa loja de equipamentos para motociclistas pois minha esposa queria uma jaqueta de verão já que iriamos pegar bastante calor no sul da Espanha e a jaqueta que ela usava era somente para frio.

 

O meu amigo Alex chegou somente na sexta-feira em Barcelona e o Omar foi encontrar ele no Aeroporto para daí irmos até a locadora de motos (PauTravel) para vermos as motos e fazer o pré-acerto dos valores, assinar as documentações para que tudo já ficasse pronto para segunda-feira de manhã só ir lá transferir as bagagens e partir.

No dia 09 de Setembro às 09:00 da manhã estávamos na porta da locadora de motos para daí então fazer os acertos finais, pegar as motos e iniciar nossa viagem pelos Pirineus. Estávamos ansiosos por esse momento.

Eu e a minha esposa Iara, Omar e esposa Eloá e o meu amigo Alex Vagner de Santa Cruz do Sul. Ainda era para estar junto o casal Telmo e Ivana mas que por motivo de força maior não puderam ir, a viagem deles teve que ser cancelada 10 dias antes por orientação médica.

Bom, malas organizadas nas motos, tudo certo e ajustado, lá vamos nós, eu com uma moto Honda NT 1100 com câmbio Automático, o Omar com uma África Twin 1100 e o Alex com uma BMW GS 1250 que pra variar já acendeu uma luz de aviso no painel nos primeiros 100 metros de deslocamento e logo teve que retornar até a loja para ver do que se tratava e tentar resetar. O reset funcionou por um tempo, mas volta e meia durante todo o período da viagem a mensagem insistia em aparecer e ela só desaparecia após um procedimento de reset que tinha que ser feito no painel.

Nesse primeiro dia não tínhamos feito reserva de hotel porque não sabíamos ao certo como ia ser o rendimento da viagem, porém no fim tudo transcorreu melhor do que se esperava para um primeiro dia com motos que nunca tínhamos pilotado e em estradas com muitas curvas e paisagens de tirar o fôlego.

Este foi o mapa da viagem desse primeiro dia, ao todo 262km rodados.

https://maps.app.goo.gl/R27MKB8TsqH9vJzr6

Principais pontos de passagem nesse primeiro dia foram Ripoll, Ribes de Freser, Collada de Toses, Puigcerdá, Col de Puymorens, Pas de la casa, Soldeu, Mirador Roc Del Quer em Canillo e por fim Andorra que foi o destino final desse dia, uffa foi um dia e tanto.

Primeira parada do dia, Ripoll, considerado patrimônio cultural da Espanha um dos destaques é o Monastério de Santa Maria. Uma jóia românica datado do século IX. Esse mosteiro é um dos mais importante na região e construção é atribuída a Guifré Pilós, o primeiro conde de Barcelona.

Além disso, dentro do mosteiro encontra-se o túmulo de Ramón Berenguer III, um dos mais importantes da Catalunha medieval.

Outro local é a Plaza Mayor, onde está localizada a Câmara Municipal, construída no século XVII, e a igreja de San Esteban, que abriga uma interessante coleção de arte sacra. Além disso, há a Calle del Comte Guifré, onde estão algumas das casas mais antigas e mais bem preservadas de Ripoll.

Fizemos uma parada aqui para tomar um café e conhecer esses pontos mencionados.

Ribes de Freser: Subindo pela ruta N260 e rodando apenas 14km chegamos neste povoado que é conhecido como a porta de entrada ao famoso Valle de Nuria. É um lugar que por certo teria que ficar pelo menos 1 a dois dias para explorar e conhecer a região, mas nosso tempo é curto e nossa estada se resumiu a uma parada de alguns minutos para umas fotos.

Seguindo pela ruta N260 por mais 22km chegamos em Collada de Toses que é famoso pelas vistas panorâmicas da região, sendo uma parada popular para ciclistas e motociclistas. A subida de Ribes de Freser é especialmente exigente e está entre as subidas mais difíceis da Espanha para os ciclistas.

O passo de montanha está localizado na rota entre Ribes de Freser e Puigcerdà, é uma das estradas mais utilizadas para acessar o Cerdanya, uma região de grande beleza natural e paisagística. Ao longo do caminho pudemos desfrutar de vistas espetaculares dos Pirenéus.

Ainda seguindo pela ruta dos Pirineus chegamos em Puigcerdá que também é um outro centro histórico muito importante da região.

A cidade possui um grande número de edifícios modernistas, entre os quais se destacam a igreja de Santa María, o Casino Ceretano, o Hotel Royal e a Torre del Moros. Além disso, a Praça do Mercado é um importante ponto de encontro para residentes e visitantes de Puigcerdà.

Puigcerdà é um ponto de trânsito entre a França e a Espanha desde a época romana.

Na Idade Média, a cidade foi dominada por vários senhores feudais até a sua anexação à coroa de Aragão no século XIII.

Próximo ao final do dia Chegamos em Andorra que é um pequeno país espremido entre a França e Espanha no meio das montanhas dos Pirineus. Acho interessante que em meio a séculos de guerras e anexações Andorra conseguiu se manter independente e intocável e hoje é uma zona de livre comércio atraindo milhares de turistas europeus que vão para lá aproveitar os preços dos produtos livres de impostos.

A cultura de Andorra é praticamente a mesma do norte da Espanha e inclusive a língua oficial lá também é o Catalão.

Não havíamos feito reserva de hotel aqui, mas o filho do Omar que mora em Barcelona já havia dado uma indicação, o Hotel Pirénees que fica bem no centro de Andorra. Chegamos lá à Tardinha pela 17:00 e por sorte havia acomodação para todos.

Minha esposa não perdeu tempo, largou as malas no quarto do hotel e já me intimou a ir junto dar uma passeada para ver as lojas de produtos cosméticos. Não deu outra, ela adorou o que viu, principalmente pelos preços muito atrativos dos produtos de beleza, ela só ficou triste porque estávamos de moto e não podia comprar muita coisa por causa da limitação de nossas malas, mas tudo bem, mesmo assim ela ainda conseguiu realizar os seus desejos de consumo e saiu dali feliz da vida. À noite nos reunimos num restaurante próximo ao hotel para saborear uma deliciosa pizza e colocar em dias as conversas.

Um pouquinho antes de chegar em Andorra ainda subimos no Mirante Roc del Quer, um lugar magnífico onde se tem a vista completa de todo o vale. Ficamos ali um tempo curtindo aquele visual inesquecível onde fiz várias fotos na plataforma onde tem uma estátua de um homem admirando aquela paisagem ímpar.

10 de Setembro de 2024

É terça-feira, acordamos de manhã com aquela costumeira tranquilidade típico de quem está de férias, tomamos um belo café da manhã no hotel e já começamos a organizar as malas novamente, a Iara ainda queria dar mais uma passada em uma loja para comprar mais alguma coisa que a filha havia pedido para ela.

No fim acho que saímos de lá por volta de 10:30 da manhã sem ter tido “tempo” de fazer uma foto na famosa escultura de Salvador Dali, “O tempo” que fica localizado num ponto próximo ao centro da cidade. Nosso objetivo é de chegar até Arreau (França), assim ficaríamos mais perto do Paso Tourmalet e o Teleférico du Pic de Bigorre.

Nesse dia não há um ponto específico de destaque, a não ser que todo o caminho é o destaque, as paisagens são o tempo todo lindíssimas não há o que comentar, verdadeiramente paisagens de tirar o fôlego, a cada curva, a cada descida e subida ficava de queixo caído só com interjeições de admiração.

Por volta de 15:00 chegamos em Vielha, mais uma dessas indescritíveis cidades no meio das montanhas com aquela arquitetura típica européia. Paramos num restaurante no centro, já que a rua principal que nós vínhamos passava pelo centro. Ficamos ali um tempo, sentados comendo um lanche e tomando um café. Por coincidência este era o lugar que havíamos planejado ficar hospedados pelo roteiro original e o Alex ainda estava com sua reserva ativa no Hotel Blue Aran, porém eu e o Omar havíamos cancelado nossas reservas pois com as mudanças que havíamos feito não iríamos mais ficar nesta cidade mas sim em alguma outra um pouco mais adiante.

Mas daí se levantou a ideia de ficar ali mesmo, porém para fazer isto iriamos ter uma distância maior a percorrer no dia seguinte e eu ainda queria subir o Teleférico du Pic de Bigorre, no fim depois de uma discussão que até ficou um pouco acalorada, acabamos ficando ali e assim o Alex pode aproveitar a reserva dele, eu e a Iara ficamos num hotel e o Omar e Eloá ficaram e outro hotel ali bem próximo. No fim foi bom porque este segundo dia foi bem tranquilo e leve, eu até aproveitei e subi de moto até o Mirador de Vielha, uma montanha que fica ao lado da cidade e dali é possível enxergar toda a cidade com uma vista incrível de todo o vale.

O mapa da viagem desse dia ficou assim: https://maps.app.goo.gl/zJyHn5qwsaqfSNpS6

Apenas 148km rodados.

11 de Setembro de 2024

Levantamos bem cedo conforme havíamos combinado, a distância a ser percorrida é mais longa e teremos pela frente muito sobe e desce de montanha, estradas bem sinuosas e muitas paradas para tirar foto e admirar a paisagem além dos destaques do dia que são o Pic du Midi de Bigorre e o Passo Tourmalet que é uma das passagens de montanha mais belas de toda a Europa e é onde passa um dos trechos do Tour de France, aquela competição de ciclismo que ocorre todos os anos.

Saindo de Vielha subimos pela ruta N-260 e um pouco antes de Bossòt seguimos pela ruta N-241 que emenda com a D618A e então seguimos passando por Bagnères-de-Luchon, Arreau, Col d´Aspin até chegar no Pic du Midi onde eu e a Iara subimos até o topo com o teleférico enquanto que os demais integrantes do grupo seguiram viagem.

A vista no topo desta montanha é fantástica, ela fica acima de todas as outras montanhas e o visual lá de cima é incrível. Também há um observatório com telescópicos para ver estrelas e planetas, eles possuem um programa de visitação noturna onde é possível, mediante agendamento, fazer observação de estrelas e planetas através dos telescópicos.

Ficamos cerca de uma hora ali observando aquelas vistas infinitas e tirando algumas fotos inclusive numa passarela suspensa sobre o abismo.

Após descermos, circulamos mais um pouco por ali e seguimos viagem de moto obviamente bem devagar para poder curtir cada momento dessas impressionantes paisagens chegando depois de alguns minutos no Col du Tourmalet um dos passos de montanha mais lindos da Europa e onde há um monumento ao ciclista. Esta é uma parada obrigatória para todos os ciclista e motociclistas que circulam por esta região, ali também reencontramos novamente nossos amigos que até já estavam se preparando para seguir em frente depois de uma parada que haviam feito.

Seguimos pela ruta D918 bem devagar haja visto que ovelhas e vacas atravessam a rua ou algumas ovelhas até dormem no meio da estrada e nem dão bola para os carros e motos que passam, todos os motociclistas e motoristas desviam calmamente dos animais para não importuná-los na sua soneca do dia. Continuamos rodando e passando por vários vilarejos nas montanhas entre eles destacam-se Barèges, Le Doumet, Argelès-Gazost, Aucum, Laruns e por fim Bielle. Bielle era para ser nosso destino final do dia, porém não havíamos feito reserva no hotel e pra surpresa nossa quando chegamos lá não havia quartos disponíveis para todos.

Tentamos outros hotéis na cidade que também estavam lotados e seguimos até uma outra cidadezinha próximo dali chamada Arudy, por indicação da recepcionista do hotel de Bielle, mas ao chegar lá também não havia acomodação para todos.

Nesse meio tempo comecei a pesquisar no booking e achei uma cabana num pequeno vilarejo nas montanhas há uns 60 kilômetros de onde estávamos, não tive outra alternativa a não ser fazer a reserva apesar de parecer que o local era bem isolado de tudo.

O tempo já estava começando a fechar e uma leve chuvinha já estava começando. Paramos num posto de gasolina para completar os tanques das motos, enquanto a Eloá e Iara foram num Carrefour que estava a poucos metros dali fazer umas compras para o jantar, haja visto que tudo indicava que nos arredores da cabana não haveria nenhum restaurante nem supermercado.

Também já aproveitamos para vestir nossas roupas impermeáveis organizamos tudo e seguimos viagem, lembrando que já era bem de tardezinha e em breve iria escurecer.

E lá vamos nós rumo a tal cabana, no caminho, ainda no início do trecho, nos deparamos com um rebanho de ovelhas que estavam retornando para casa, a sorte nossa é que encontramos eles bem no local onde já era o ponto de entrada da fazenda, porém as ovelhas pareciam estar sem pressa para voltar para casa, se atracaram a comer uns arbustos que haviam na beira da estrada e não queriam sair do caminho, mas por fim depois de muita negociação os condutores do rebanho conseguiram convencer as benditas ovelhas a entrarem e seguirem para o potreiro doméstico.

Para nós uma cena inusitada, acho que ficamos uns 15 minutos ali parados observando aquela cena pitoresca.

Bom, seguindo viagem fomos adentrando rumo às montanhas onde se localizava a cabana, a estrada era lindíssima, cercada de lindas propriedades rurais.

https://maps.app.goo.gl/u97PoBAA6kuR1opC9

 

A chegada no parque das cabanas foi um tanto quanto dramática, haja visto que já estava escuro, chovia muito e a visibilidade estava bem prejudicada. Estávamos com dificuldade de achar a cabana certa, porque o GPS nos conduziu até um ponto aproximado e tivemos que começar a procurar em meio as outras cabanas o nosso número. As mulheres já desembarcaram da moto e assim agente se espalhou como se estivéssemos à caça de um tesouro, peguei o telefone e liguei para o número de contato do anfitrião que prontamente atendeu falando Francês e eu obviamente respondendo em Inglês, nisso as mulheres gritam e avisam que já haviam encontrado a cabana.

Mas ao chegar na cabana, como fazer para entrar, a porta estava trancada. liguei novamente para o Anfitrião que agora pediu para falar por mensagem de watsapp, pois assim ele poderia usar o tradutor e ficaria mais fácil se comunicar comigo.

A cabana parecia um tanto quanto sinistra, mas era bem confortável, havia calefação em todos os ambientes e tudo o mais que precisávamos estava à disposição.

 

Assim, depois que arrumamos todas as nossas coisas (tinha até quarto sobrando), tratamos de organizar o jantar com os itens que a Iara e a Eloá haviam comprado no Carrefour em Arudy e fizemos uma bela confraternização, estes são momentos extremamente prazerosos e divertidos que acontecem durante uma viagem de moto.

Teve um momento que caiu o disjuntor no painel elétrico e ficamos no escuro. Começamos a procurar a localização do painel elétrico e nada de encontrar o dito cujo, e tive que mandar novamente mensagem para o Anfitrião que daí nos deus as orientações de onde estava escondido o tal do painel e assim conseguimos ligar o disjuntor e ter luz novamente.

12 de Setembro de 2024

A chuva prosseguiu a noite inteira. De manhã levantamos, organizamos um gostoso café para nós enquanto que já organizávamos as tralhas e malas das motos.

O problema é que a cabana sequer possuía uma garagem ou área coberta para deixar as motos, deste modo saímos da cabana direto para a chuva para organizar as malas nas motos e preparar para saírmos. Chovia forte, havia uma neblina densa e fazia muito friu. O painel da moto indicava 6 graus centígrados.

Saímos pilotando bem devagar e com cuidado pois a visibilidade estava bem ruim, mal dava para enxergar uns 15 a 20 metros. Minhas mãos estavam congelando pois eu estava com luva de verão e não havia aquecedor de manoplas na moto, mas tudo bem, agente sobrevive.

Depois de rodar vários quilômetros o tempo começou a melhorar e já havia sinais de céu azul no horizonte até que parou por completo e a temperatura também começou a subir, ufa que alívio.

Seguindo pela ruta NA-137 chegamos a Isaba e dali seguimos pela NA-140 em direção à Roncesvalles onde chegamos sob forte chuva. Eu havia planejado gastar um tempo por ali visitando alguns pontos turísticos que estavam no roteiro, já que Roncesvalles é um importante ponto de passagem dos caminhantes do caminho de Santiago.

No fim das contas, acabamos ficando mais tempo dentro de um café nos aquecendo e comendo um lanche e observando os caminhantes do caminho de Santiago que ali também chegavam todos bem molhados. Ainda troquei meia dúzia de palavras (no idioma alemão é óbvio) com um Peregrino Alemão que ali também fez uma pausa para um café quentinho e um lanche.

Saindo de Roncesvalles seguimos em direção à Saint-Jean-Pied-de-Port (não sei porque os franceses às vezes precisam usar tantos ifens). No caminho uma pausa para uma foto na divisa entre Espanha e França. Gosto de fazer esses registros fotográficos de fronteiras de países, são momentos importantes que precisam ser registrados.

Ao chegar em Saint-Jean-Pied-de-Port, nos deparamos com uma cidadezinha encantadora, cheia de turistas peregrinos e vários restaurantes e lojinhas e souvenirs.

Ficamos por ali circulando pelas ruelas curtindo aquela atmosfera de paz e tranquilidade.

A partir dali seguimos pela ruta D15 com o objetivo final de chegar a San Sebastián na costa do Atlantico Norte onde chegamos à tardinha por volta das 17:00 hora local.

Nos hospedamos no hotel Ilunion San Sebastián. O Alex ficou num outro hotel a alguns vários quilômetros dali, haja visto que ele não conseguiu mais acomodação para o mesmo hotel que nós.

Ainda deu pra fazer uma caminhada na orla de San Sebastián, uma das orlas mais bonitas que já visitei. À noite fomos jantar numa pizzaria italiana próximo ao hotel.

13 de Setembro de 2024 – Dia de conhecer San Sebastián

Tiramos o dia de hoje para caminhar, caminhar e caminhar muuuito.

Começamos caminhando pela orla para o lado esquerdo em direção a um monumento “Peine de los vientos”. O tempo estava meio chuvoso e por um momento tivemos que nos proteger embaixo da marquise de um café que tinha por ali e ficamos um tempo até passar a chuva.

Depois seguimos caminhando em direção ao centro histórico sempre apreciando as belezas daqueles prédios que misturam vários estilos, desde o barroco, passando pelo clássico, neo-clássico e estilos modernistas. Ficamos profundamente admirados com a beleza desta cidade, sem dúvida alguma um lugar que voltaria novamente para ficar uma temporada.

O tempo também estava perfeito, céu Azul, temperatura agradável perfeito para turistar a pé. Me chamou a atenção uma loja da Rolex, com seus belos exemplares expostos na vitrine, alguns modelos chegam a custar a bagatela de mais de 100 mil Euros, fiz uma foto e mandei para minhas filhas como sugestão de presente para o dia dos pais, ehehe.

14 e 15 de Setembro de 2024

O destino de hoje (14/09) para o Omar e Eloá é ir a Bilbao enquanto que Eu e a Iara mais o Alex vamos para Pamplona. O dia novamente é perfeito ainda fizemos mais uma última caminhada na orla de San Sebastián e o Omar fez um ritual de encher uma garrafinha de água do mar do oceano Atlântico para posteriormente derramar no Mar Mediterrâneo quando chegarmos lá dali a alguns dias.

Voltamos para o Hotel, organizamos as malas e as motos e seguimos viagem, eu havia combinado com o Alex para encontrar ele na frente do hotel onde ele estava hospedado para saírmos juntos a partir dali.

A saída de San Sebastián foi um pouco caótica pois eu não estava me entendendo muito bem com as sinalizações do GPS, fizemos umas voltas e umas rotatórias a mais mas conseguimos chegar na saída da cidade e rumamos em direção ao vilarejo de Olite onde tem o Castelo de Olite. Chegamos no Castelo de Olite e estacionamos as motos bem ao lado do castelo no mesmo lugar onde antigamente eram amarrados os cavalos, eheheh.

Viajar de moto na Europa tem diversas vantagens e uma delas é que motos podem andar em ruas onde carro não entra, um privilégio para nós motociclistas. É que em muitas cidades européias há restrições para trânsito de veículos em centros históricos, restrições essas que nem sempre se aplicam às motos.

No Castelo de Olite ficamos umas duas horas e visitamos todos os ambientes do castelo além de caminharmos um pouco nas ruelas do vilarejo que circunda o castelo. Inclusive estava acontecendo uma festa no local, parecia ser uma festa típica daquele vilarejo pois todos estavam com roupas típicas, uma calça branca, camisa vermelha e um lenço no pescoço.

Seguindo viagem nos deslocamos para Pamplona que ficava a uns 30 km de distância onde chegamos por volta de 15:00.

Fizemos o check-in no Holiday Inn Express Pamplona. Esse hotel fica afastado do centro histórico, cerca de uns 4 km. Optamos por ele pois o preço da diária estava muito bom, e já que para estacionar motos no centro da cidade não é um problema não custa nada ir de moto até o centro, deixar estacionado em uma das centenas de pontos de estacionamento de moto e caminhar à vontade.

Nossa primeira visita foi na Plaza del Castillo e obviamente o primeiro ponto de parada no Café Iruña, onde Hemingway supostamente escreveu parte do seu romance The Sun Also Rises (O sol também se levanta), inclusive há uma estátua dedicada a ele num dos balcões onde ele costumava se encostar para conversar com as pessoas na época.

Foi uma experiência ímpar, tomar um café e comer uma clássica tortilla espanhola. Fazia calor e o momento pedia uma cerveja, o que o Alex já fez logo de entrada, pediu uma copa de cerveza espanhola o que na sequência eu também acompanhei. São momentos únicos que trazem uma grande sensação de bem estar no corpo mente da gente que alguns chamam de Felicidade.

 

O local é muito lindo, uma construção clássica dos anos 1800 e sobriamente decorado dando um aspecto muito agradável, dá pra ficar horas ali sentado admirando o lugar e conversando, não é a toa que Ernest Hemingway se inspirou tanto nesse lugar.

Depois de um tempo ali seguimos caminhando visitando os outros pontos turísticos e fazendo muitas fotos. Abaixo um resumo do roteiro que seguimos nesse um dia e meio em Pamplona.

1 – Plaza de Toros – é o local onde começa a tradicional corrida de touros.

2 – Palácio de Navarra – é a sede do governo regional de Pamplona. É um edifício em estilo Neoclássico construido em 1840, se formos lá ao meio-dia o relógio do edifício toca o Hino de Navarra.

3 – Plaza del Castillo – A poucos passos do palácio fica a Plaza del Castillo. Os moradores referem-se frequentemente a esta praça como a sua sala de estar, uma vez que é o coração social da cidade. Hoje, as pessoas vêm aqui para tomar um café num dos cafés debaixo das arcadas. Entre eles, está o Café Iruña, onde Hemingway supostamente escreveu parte do seu romance The Sun Also Rises (O sol também se levanta), a maioria dos quais se passa em torno de Pamplona. Há um coreto no meio da praça que é frequentemente usado para concertos, especialmente durante o festival San Fermín.

4 – Cidade Velha – Explorando a cidade velha, passando pela pitoresca Plaza de la Compañía. Também conhecida como Casco Viejo, esta área é repleta de ruas estreitas de paralelepípedos e edifícios altos impressionantes. Ao redor do distrito encontram-se as muralhas da cidade estabelecidas entre os séculos XVI e XVIII. É por aqui que encontrará a antiga Cidadela construída como uma fortaleza militar para proteger a cidade contra invasores. Hoje em dia é o palco de encenações e concertos de batalha.

5 – Calle Estafeta – é uma rua clássica para caminhar despreocupadamente e admirar a arquitetura dos edifícios. É uma rua com muitas lojinhas que vendem lembranças de Pamplona e Navarra. Ao final da rua encontraremos a Câmara Municipal e a imponente catedral de Santa Maria, construída entre os séculos XIV e XV.

6 – Mirador del Caballo Blanco – A partir da catedral, fizemos um passeio pela Ronda del Obispo Barbazán até chegar ao Mirador del Caballo Blanco onde se tem uma das vistas mais incríveis da cidade, com vista para o rio Arga e para as montanhas.

Perto do miradouro encontra-se o Puente de la Magdalena, uma ponte de origem românica, conhecida pela segunda estrutura mais antiga sobre o rio Arga.  É também o principal ponto de entrada para a cidade para peregrinos que caminham pelo Caminho de Santiago.

Mapa para fazer este tour a pé: https://maps.app.goo.gl/m74iTGCsXFVWSAVR7

7 – Museu de Navarra –

8 – Plaza Consistório –

9 – Iglesia de San Saturnino –

10 – Plaza San Francisco –

11 – Igreja de São Nicolau –

12 – A Cidadela – Localizado nos arredores da cidade, esta fortaleza foi construída entre os séculos XVI e XVII para proteger Pamplona contra invasões francesas. Tem um design distinto em forma de estrela que foi preservado na sua maioria.

Mapa dessa parte do tour: https://maps.app.goo.gl/544dSCUcye9NegNp8

Fonte de pesquisa para este roteiro: https://www.iberian-escapes.com/things-to-do-in-pamplona-pt.html

16 de Setembro de 2024

É segunda-feira 16 de Setembro, e vamos para uma nova etapa da viagem, o destino de hoje é Aínsa, uma outra cidade em estilo medieval. A distância é curta, apenas 180 kilômetros e no caminho uma parada planejada em JACA, outra cidade histórica remanescente da era medieval.

Fizemos essa viagem bem tranquilos curtindo as paisagens que agora são um pouco diferentes pois nesse trecho estamos na base da cordilheira dos Pirineus e por conta disso a geografia ainda é predominantemente plana.

Realizamos uma parada em Jaca no ponto onde o GPS nos conduziu e fizemos uma parada para fazer um reconhecimento da área e tentar descobrir o que tem pra ver aqui.

Omar olhou no mapa e disse ó, vamos por aqui e entrou numa rua bem á nossa frente, olhei para cima e vi que haviam placas indicando que era proibido veículos automotores inclusive motos e para completar umas três câmeras de monitoramento apontando para o início da rua, tentei avisar o Omar mas ele se foi e nós atrás para alcançar ele. Pensei comigo, azar, se vier a multa depois agente acerta.

No fim Jaca foi uma grata surpresa, a cidade é muito linda, cheia de edifícios históricos e uma igreja herança da era medieval. A cidade também é um dos pontos de passagem do caminho de Santiago. Também visitamos um forte em formato de estrela, não chegamos a entrar pois estavam cobrando 8 euros por pessoa e dando uma olhada adentro pelo portão principal vimos que não tinha nada de mais lá dentro.

Aproveitei e pelo lado de fora subi meu drone e fiz uma foto aérea do forte e também da cidade.

Depois de um tempo ali, seguimos viagem em direção à Aínsa onde chegamos por volta das 15:00. Realizamos o check-in no hotel e Eu, Omar mais o Alex pegamos novamente as motos e fomos fazer um passeio até o Cânion Añislo. A nossa idéia era fazer o circuito completo do cânion mas quando chegamos na parte inicial da estrada havia uma placa de interdição e com isso não pudemos fazer o caminho que leva ao interior do cânion cuja vista deve ser explêndida. Então tivemos que fazer a volta e passar por fora para ver o cânion a partir de uma vista mais de cima das outras montanhas. Mesmo assim valeu a pena pois conseguimos ir de moto até o ponto onde é possível ver o início da fenda do cânion e ver todo o vale e montanhas até onde a vista alcança.

Retornamos e depois cada um ficou livre o restante do dia. Eu e minha esposa ainda caminhamos bastante até bem de noite aproveitando que era lua cheia e uma noite nostálgica e romântica para caminhar naquelas ruelas ao estilo medieval. Uma experiência muito gratificante e inesquecível.

17 de Setembro de 2024 – terça-feira

O nosso destino de hoje é Carcassonne um outro vilarejo da era medieval no sul da França, vamos cruzar novamente a cordilheira dos Pirineus. O nosso plano inicial era subir pela rodovia A-138 e passar pelo túnel de Bielsa, visitar o resort e estação de esqui de Piau-Engaly e depois subir pela rodovia D929 rumando para Toulouse com destino final Carcassonne na França.

Mas este plano foi frustrado pois a rodovia estava interditada antes do túnel de Bielsa, então tivemos que pegar outro caminho passando por Vielha, onde já havíamos ficado no percurso de ida.

Novamente andamos por estradas cinematográficas, teve um trecho que passamos por uma sequência de 6 túneis em um desfiladeiro conhecido como “Congosto de Obarra” a cerca de 50 kilômetros de Aínsa na ruta A-1605. Inclusive tem uma placa antes do primeiro túnel com a inscrição “Túneles de Obarra”, lamento que não paramos ali para tirar umas fotos e eu poder subir o drone, certamente daria pra fazer umas belas fotos aéreas neste local, mas ainda bem que que a Eloá fez algumas da garupa da moto em movimento e tem o google street view para nos salvar, aqui vão algumas imagens extraídas de lá. É mais uma dessas estradas que você fica de queixo caído de tanta beleza que até esquece de parar para tirar fotos, mas a imagens ficaram na memória como uma bela lembrança.

Outra coisa interessante é que rodamos um longo trecho sempre na divisa entre as duas províncias Aragon e Catalúnia.

Um pouco antes de Vielha passamos pelo túnel de Vielha, é o segundo maior da Espanha com 5.260 metros cuja inauguração foi em 1948. Após uma breve pausa novamente em Vielha, seguimos viagem rumo à França, desde Vielha até a divisa foram uns 25km e a partir dali rodamos mais uns 30km e fizemos uma parada num Posto de Gasolina para abastecer as motos e já aproveitamos para comprar um lanche e tomar um cafezinho do Mac Donald´s que havia ali. A partir desse ponto coloquei no Google Maps o destino Carcassonne novamente, porém depois de rodar algum tempo pela Autovia A64 mais ou menos na altura de Capens (FR) o Google Maps indicou sair dela e pegar outra rodovia secundária a D622 em direção à Carcassonne, na verdade foi um atalho e passamos por vários pequenos vilarejos do interior da França, alguns até meio decadentes com prédios velhos e abandonados, porém os campos de agricultura são muito belos com vastas áreas de lavouras de trigo que já haviam sido colhidas. Depois de rodar uns 45km chegamos na Autovia A61 que nos levou diretamente à Carcassonne onde chegamos por volta das 17:00 hora local.

Eu havia reservado uma casa, na verdade um sobrado, bem ao lado do castelo de Carcassonne e por um preço incrivelmente atrativo, sem contar a simpatia do anfitrião que deixou uma carta de boas vindas que nos deixou lisonjeados.

Depois de organizar nossas coisas fomos dar uma caminhada até um supermercado no centro da cidade para fazer umas compras para o jantar e café da manhã.

Como não podia deixar de ser, a Iara e a Eloá elaboraram um belo jantar para nós que apreciamos com um bom vinho francês.

Depois da janta e depois de ter organizado tudo a Iara e Eu subimos por uma ruela estreita só para pedestres que dava acesso ao castelo por um portãozinho lateral, já estava totalmente escuro quando adentrávamos no castelo, uma experiência um tanto quanto sinistra já que o castelo a noite com poucas luzes proporciona uma sensação nostálgica. Fico imaginando como era viver ali 800 anos atrás quando aquilo tudo fora construído. A muralha possui ao todo 3km de perímetro e são 52 torres, uma catedral, um anfiteatro, restaurantes, lojas e várias residências com pessoas que vivem lá dentro do castelo.

No dia seguinte, 18 de setembro passamos o dia caminhando e explorando cada canto do castelo, percorremos a muralha e as ruelas com suas lojas, restaurantes e residências dos moradores locais.

Há noite jantamos num dos restaurantes típicos dentro do castelo, eu e o Alex experimentamos o prato típico da região, o “le Cassoulet de Castelnandary”, é composto por carne de pato, feijão branco francês, cenouras e temperado com cebola, alho e especiarias, realmente um prato delicioso. Eles inclusive comercializam esse prato na forma de enlatados para os turistas levarem para suas casas. O Alex comprou um para levar.

19 de Setembro de 2024 – quinta-feira

Levantamos cedo para organizar nossas mochilas e carregar nas motos o que sempre dá bastante trabalho já que o espaço é limitado e temos que ter tudo o mais organizado possível. É bem diferente de viajar de carro onde você pode levar malas grandes e o espaço e peso não é um problema.

Tomamos o último café da manhã considerando que não pode sobrar nada já que estamos de saída, organizamos a casa para deixar tudo certinho conforme a recebemos, tranquei a porta e mandei mensagem para o anfitrião agradecendo a hospitalidade. O anfitrião ficou tão feliz com a mensagem que deixei para ele escrito no caderno de recados que ele depois mandou mensagem no wattsapp novamente tecendo elogios e desejando um feliz retorno ao Brasil.

Neste dia o objetivo é retornar à costa do mediterrâneo e descer pelo litoral visitando mais algumas praias, eu havia elaborado um roteiro bem detalhado com vários pontos de parada, mas no fim o pessoal já estava com uma certa ansiedade para chegar novamente a Barcelona e acabamos pulando alguns pontos do roteiro, inclusive o Cabo Creu que era pra ser um dos destaques desse trecho.

A nossa primeira parada foi em Portbou, bem na divisa entre França e Espanha onde o Omar fez o ritual de jogar a água que ele havia coletado no Atlântico em San Sebastián, tudo devidamente registrado e filmado.

Depois de uma pausa aqui seguimos serpenteando a costa brava curtindo as curvas e as vistas deslumbrantes desta magnífica região do mar mediterrâneo.

Principais pontos de parada foram, “Portbou” (Fr), “El Port de la Selva” (ES), e terminamos o dia em “Roses” onde nos acomodamos no Hotel Montmar.

Aproveitamos o resto do dia para descansar e relaxar um pouco. Eu e a Iara ainda fizemos um passeio a pé até a orla da praia de Roses que é bem bonita por sinal e por algum tempo sentamos num café para comer um lanche e tomar café.

20 de Setembro de 2024 – Sexta-feira

Levantamos no horário habitual, tomamos o café da manhã bem tranquilos e em seguida começamos a organizar nossas mochilas e carregar nas motos.

A função é sempre a mesma, tentar organizar da melhor maneira possível para caber tudo nos três bauletos da moto.

8:30 da manhã já estávamos com tudo pronto e partindo com as motos, também será o último dia que viajaremos todos juntos, já que a Iara e Eu seguiremos sentido Sul da Espanha e os demais ficarão em Barcelona e já farão a devolução das motos neste dia.

No roteiro de hoje estão previstos algumas praias neste litoral como Palafrugell, Plaja dAro e Tossa de Mar. De todos esses o mais legal foi Tossa de Mar onde inclusive dedicamos um tempo maior e eu aproveitei para subir o Drone e fazer umas fotos aéreas e uns vídeos. Existe um castelinho ali que também é um ponto turístico local bastante visitado.

Depois de Tossa de Mar andamos mais um pouco e eu já programei meu GPS para apontar rumo sul em direção à Tarragona, porém ainda sem ter certeza porque se tudo fluir bem poderemos avançar um pouco mais hoje afim de adiantar a viagem e ficar menos KM para amanhã.

Depois de já termos passado Barcelona pelo anel viário por fora da cidade e já próximo a Tarragona fiz uma breve parada para procurar um hotel através do aplicativo do Booking. Esse aplicativo é muito útil durante as viagens porque facilita a localização de hotéis e você não precisa necessariamente reservar com uma grande antecedência, até mesmo que quando estamos realizando este tipo de viagem os roteiros podem mudar ou atrasos poderão ocorrer.

Consegui um hotel bom e barato em Cambrils, uma pequena praia depois de Tarragona sentido sul. Percebemos também que haviam nuvens densas e já chovia mais à frente, não deu outra andamos alguns quilômetros e tivemos que parar para colocar as capas de chuva. A chuva engrossou e foi um verdadeiro “toró d´água”, chegamos ao hotel embaixo de muita chuva e não havia um saguão no hotel para estacionar a moto embaixo para descarregarmos as malas, tudo teve que ser feito sob chuva intensa. Menos mal que as malas da moto são facilmente destacáveis e pude sacar elas da moto inteiras e já largar na portaria. Não havia estacionamento no hotel e a rua à frente já estava cheia de carros, mas por sorte havia uma pequena porta de acesso de serviços no hotel onde eles guardavam alguns utensílios, o recepcionista abriu a porta para mim poder colocar a moto ali dentro.

Já era umas 17 horas, a Iara estava toda molhada da cintura para baixo pois a calça impermeável não segurou a chuva. Olhei a previsão do tempo no telefone e tudo indicava que no dia seguinte a chuva iria continuar, falei para a Iara, precisamos comprar uma roupa impermeável melhor para não se molhar amanhã.

Fiz uma breve pesquisa e por sorte havia uma loja de artigos para motociclistas bem próximo ao hotel, não perdi tempo e fui para lá e comprei um conjunto novo e boa qualidade da marca “Acerbis”.

2 comentários em “Espanha e Sul da França – Parte 1 – Montanhas dos Pirineus

  1. Viagem de sonhos. Bela descrição nos colocando juntos.
    Souberam muito bem aproveitar a história e belezas dos lugares.
    Uma frase tua resume bem a mentalidade de quem sonha e realiza:
    “São momentos únicos que trazem uma grande sensação de bem estar no corpo mente da gente que alguns chamam de Felicidade.”
    Muito legal tua mensagem e retorno do Anfitrião em Carcassonne.

  2. Bela viagem, narração e envolvimento com a história dos lugares. Nos coloca dentro do roteiro.
    Muito boa a percepção dos momentos. Me destacou a frase “São momentos únicos que trazem uma grande sensação de bem estar no corpo mente da gente que alguns chamam de Felicidade.”
    Destaque também para tua mensagem e retorno do Anfitrião em Carcassonne.
    Boas curvas!

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