PETAR, Caverna do Diabo e Rastro da Serpente

No sudeste de São Paulo na região da mata atlântica à esquerda da cidade de Registro existem alguns parques nacionais que eu já queria ter visitado em outras oportunidades quando vou a São Paulo, mas como estamos sempre na correria nessas viagens a trabalho acabamos nunca tirando um tempo adicional para fazer esses passeios no caminho.

Desta vez me programei com antecedência e eu queria fazer essa viagem de moto, afinal já estou com a Versys 1000 há uns 7 meses e faltava uma viagem mais longa para ela.

Montei um cronograma para sair no sábado de manhã, assim aproveito o fim de semana e durante a semana posso trabalhar no nosso escritório em Piracicaba e no outro fim de semana faço outra parte do passeio no retorno para casa.

13/02/2021 – Sábado – São Leopoldo até Curitiba

O meu programa hoje é chegar em Curitiba, por isso saí de casa só as 9:00 da manhã pois antes ainda tomei um bom chimarrão com a esposa, já que este é um programa sagrado aqui em casa todos os finais de semana.

A viagem transcorreu bem tranquila, fiz várias paradas e procurei manter uma velocidade moderada, com isso cheguei em Curitiba no Hotel Dunamys à tardinha por volta das 19:00.

 

14/02/2021 – Domingo – Curitiba até Piracicaba passando por alguns parques nacionais.

O meu programa hoje é visitar a Caverna do Diabo e depois subir por uma rodovia que passa por dentro do Parque Estadual Carlos Botelho, também conhecido como Serra da Macaca.

Saí da frente do Hotel Dunamys pouco antes das 8:00 e pilotei até Jacupiranga (SP) que fica uns 30km antes de Registro (SP). Parei num posto para abastecer e aproveitei para pedir informações. A moça do caixa disse que a estrada que leva até Eldorado estava interditada e que seria melhor eu retornar uns 10km até Cajati e daí seguir em direção a Itapeúna. Foi o que fiz só que tinha um trecho de uns 20km de estrada de terra, mas foi bem tranquilo, estrada relativamente boa.

O trecho de Itapeúna até a Caverna do Diabo é muito bonito principalmente os últimos 10 kilômetros da estrada que leva até a portaria do parque estadual. Cheguei lá, já era quase meio dia e fui direto para a Bilheteria comprar o ingresso para a visitação à caverna. Foi bom ter feito isso pois logo já saiu um grupo com o guia.

O tour no interior da caverna durou cerca de 1,5 horas e foi muito proveitoso pois adentramos cerca de 600 metros ao interior da caverna e o guia foi explicando detalhadamente todos os aspectos tanto geológicos quanto históricos relacionados à caverna. A caverna possui vários ambientes também conhecidos como salões em alguns casos parecendo uma imensa catedral gótica.

Quase no final da caverna o guia desliga todas as luzes e ficamos na escuridão total por alguns minutos para sentir o verdadeiro silêncio.

Depois de alguns minutos com uma lanterna de led ele ilumina bem lá no fundo na parede uma imagem que parece ter sido desenhado pela própria natureza, uma imagem que cada um poderá analisar e tirar suas próprias conclusões.

Abaixo mais fotos, agora na vertical, porém, as fotos não conseguem ilustrar toda a beleza e mistérios do local.

Depois da visita fui ao restaurante do parque para comer um lanche e me preparar para continuar a viagem, afinal o objetivo de hoje é chegar em Piracicaba.

Dentro do parque tem várias trilhas e um mirante de onde é possível ter uma visão 360º de toda a região, mas como meu tempo está curto não dá tempo para ver tudo, tenho que seguir viagem.

O caminho desde a portaria do parque até a rodovia SP165 é de cinema, vale a pena percorrer bem devagar.

Passei por Eldorado, Sete Barras e fui subindo a Serra da Macaca. Na entrada do Parque Estadual Carlos Botelho tem uma espécie de portaria que controla o fluxo de veículos para eles terem um controle de quem entra e sai do parque. A estrada por dentro do parque é toda com blocos de PVS por ser mais ecológico permitindo a infiltração de água no solo.

Seguindo sempre por essa estrada agente chega em São Miguel do Arcanjo, uma região que produz uvas e vinhos com paisagens muito bonitas também. Existem algumas vinícolas que possuem pousadas para receber turistas.

Os últimos 150 kilômetros ainda rodei no escuro pois esse trajeto e os passeios acabaram demorando mais e tive que adentrar a noite, mas as estradas em São Paulo são de primeiro mundo, tudo bem sinalizado e em ótimas condições. Cheguei em Piracicaba às 21:00 pontualmente.

17/02/2021 – Quarta-feira – Piracicaba – Campinas – Itapira – Indaiatuba

O dia de hoje será bem corrido, às 8:30 está agendado para levar a moto na concessionária Kawasaki de Campinas para fazer a revisão de 7000km, na verdade seria 6000km, mas como estamos em tempos de pandemia eles deram mais 1000 km de tolerância.

Cheguei na concessionária no horário programado e enquanto eles faziam a revisão na oficina fiquei na salinha de espera trabalhando com meu notebook. Às 10:30 já estava tudo pronto e logo já saí para ir em direção à Itapira onde eu tinha um cliente marcado para visitar início da tarde.

Saí de Itapira por volta das 15:00 e tive que voltar para a concessionária porque o mecânico tinha esquecido de zerar o marcador de revisões de segundo nível no painel (aquele que só eles tem acesso com o notebook). Por conta disso ficava aparecendo uma mensagem de aviso no painel indicando “Service”.  Feito isso pilotei até Indaiatuba onde tinha uma janta marcada com outro cliente à noitinha. Cheguei lá bem cedo e já me instalei numa das mesas e fiquei trabalhando no restaurante usando o wifi deles.

18/02/2021 – Quinta-feira – Piracicaba – Pindorama

Hoje dei mais uma esticada de moto até Pindorama no interior de São Paulo visitar um cliente, de Piracicaba até lá são 240km de estradas duplicadas e excelentes, porém o valor dos pedágios nesse trecho são um verdadeiro assalto, não entendo como a sociedade permite aqueles valores tão aviltantes. Se fosse de carro acho que teria gasto uns R$150,00 ida e volta, mas de moto só paguei dois pedágios na ida e 2 na volta, se não me engano R$4,00 cada pedágio para moto.

 

19/02/2021 – Sexta-feira – Piracicaba – Capão Bonito – Apiaí

Ainda trabalhei no escritório até as 10:00 da manhã e aí segui rumo a Capão Bonito, onde é o marco zero da estrada Rastro da Serpente. Minha idéia é tocar até Apiaí (SP).

O ponto de início onde todo mundo vai para tirar aquela foto do marco zero do Rastro da Serpente é um local bem discreto que facilmente passa despercebido, não há nenhuma sinalização indicando o ponto e para conseguir chegar ali tem que fazer um certo malabarismo no trânsito porque ele fica bem numa rótula e não tem nem estacionamento.

Para conseguir fazer aquela famosa foto na frente da placa agente tem que estacionar a moto bem na frente do portão de saída de uma revenda de automóveis e torcer pra que ninguém entre ou saia ali naquele momento. O Barzinho que tem ali também é bem simples e não tem quase nada para oferecer além de água e um cafezinho e os adesivos da estrada.

Bom feito a foto, tomei um cafezinho e segui viagem rumo a Apiaí, depois de alguns quilômetros percorridos já começam as curvas, mas nada muito exagerado, curvas normais, bem planejadas e seguras. A paisagem vai ficando cada vez mais bonita, mas o divertido mesmo é curtir a estrada com curvas pra lá e pra cá, deitando a moto pra esquerda e pra direita num ritmo constante.

No caminho encontrei vários motociclistas indo para a mesma direção e por um bom tempo ficamos pilotando juntos até pararmos no portal de entrada de Apiaí.

Eu tinha uma reserva no Gold – Inn Hotel, fiz o check-in e como ainda era cedo, deixei as bagagens no hotel e andei um trecho pela SP-165 que cruza o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR). No início os primeiros 8 kilômetros são asfaltados, depois termina o asfalto e segue estrada de terra por mais uns 15 kilômetros e depois volta o asfalto novamente, mas o asfalto é bem ruim, dá pra perceber que a estrada foi asfaltada há muitos anos e nunca mais recebeu nenhuma manutenção. De qualquer forma a paisagem compensa, é uma região de mata atlântica muito bem preservada com uma rica flora e fauna.

Quando o sol estava perto de se pôr, resolvi voltar para o hotel. A noite fui jantar no excelente restaurante TUK´S CANTINA, que tinha sido inaugurado a apenas 2 meses por uma nutricionista. Tive que ir jantar cedo porque devido às restrições impostas pelo governo do estado de São Paulo em função da pandemia do Corona Vírus os restaurantes e bares só podem funcionar até as 20:00. Dá dó de ver, um restaurante grande e muito bonito com um excelente cardápio só tinha eu como cliente naquele dia.

 

20/02/2021 – Sábado – Apiaí até em casa

Hoje irei percorrer a segunda parte da rodovia do rastro da serpente, o trecho da BR 476 que vai até Curitiba – PR.

Tomei o café da manhã bem cedo, e que café, o bufê do café da manhã é muito rico e tudo muito caprichado.

7:30 já estava saindo do hotel e em instantes já estava na rodovia propriamente dita. Este trecho da serra é ainda mais bonito, a estrada é muito boa e tinha pouco trânsito o que tornou ainda mais prazerosa a viagem. Parei algumas vezes pra tirar fotos e fazer algumas filmagens.

Adrianópolis fica bem na divisa entre os estados do Paraná e São Paulo, de um lado do rio é Adrianópolis e do outro lado do rio é a cidade de Ribeira-SP.

O vídeo abaixo é só um resumo do que é a maravilha desta estrada.

Ao chegar próximo a Curitiba o movimento começa a se intensificar, passei por Curitiba e já na saída de Curitiba em direção à Joinville parei para abastecer a moto e descansar um pouco. Reprogramei o GPS colocando na rota agora a Serra de Dona Francisca que fica próximo a Joinville – SC.

Eu já tinha ouvido falar várias vezes dessa serra e já tinha ouvido vários elogios de pessoas dizendo que essa estrada é imperdível. Mas eu não achei nada de mais, é uma serra interessante boa de se pilotar mas não é tudo aquilo que dizem, talvez porque meu nível de comparação também já é outro depois de tantas viagens que já fiz por esse mundão.

Bom voltei para a BR101 e agora o objetivo é chegar em casa, coloquei o endereço da minha casa no GPS e pelos cálculos dá pra chegar em casa até umas 20:00. Cheguei no horário programado, depois de rodar 940 km nesse dia e por incrível que pareça, nem estava cansado.

Total da viagem entre ida e volta fechou em 3425 km fechando assim 8500 km rodados com a moto até agora.

Um comentário em “PETAR, Caverna do Diabo e Rastro da Serpente

  1. Bela viagem Gilmar. Incrível a caverna, e não sabia que era tão extensa. Bom estares aproveitando bem a Versys. Perfeita para estas jornadas.

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